sábado, 26 de novembro de 2016

Sou aluno atualmente do curso de medicina na UFRJ. Estive com a prof.ª Maria Leide W. de Oliveira no ambulatório do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), na última quarta-feira, e tive a oportunidade de conhecer a história oral de um paciente com histórico de hanseníase. Em mais essa grande experiência, mais uma vez, ouvi frases fortes. Frases de impacto. Frases que nos fazem refletir.
"Se eu soubesse antes sobre a doença, poderia ter sido diferente". Mesmo após décadas da implementação do nome 'hanseníase' e de tantas campanhas visando à conscientização, percebe-se que o trabalho não pode parar. Há, ainda, muito a ser feito para que as informações sobre a doença cheguem, de fato, à população.
Me emocionei diante da determinação do paciente, que enfrentou inúmeras dificuldades ao longo dos anos em que correu atrás da realização de exames, desde o início da manifestação dos sintomas, até chegar ao diagnóstico. E, após a descoberta, seus obstáculos ainda maiores quanto ao tratamento e procedimentos relacionados. Hoje, após o tratamento, resta apenas otimisto em seu rosto e no de sua acompanhante quanto aos desafios que ainda virão. A esperança de alguém que tanto melhorou e acredita na cura da hanseníase.
Projetos como este, desenvolvido pela prof.ª Maria Leide, são fundamentais tanto para o incentivo de pacientes que atualmente enfrentam a hanseníase e seus familiares, quanto para amplificação da conscientização ampla em relação à doença. Agradeço, por fim, a oportunidade.
Raphael Luan Carvalho de Souza


Um comentário:

  1. Infelizmente são muitas histórias como essa do Sr. Luis Raphael. Prepare-se para ouvir, compreender e exercer a medicina com a compaixão necessária ao cuidado com humanismo. Você está falando de uma pessoa jovem que pelo diagnóstico tardio ficou dois anos cadeirante, e agora tenta a reabilitação cirúrgica e a terapia física. O nosso desafio é diagnosticar e tratar sem deixar sequelas. Espero que nunca esqueça de inserir a hanseníase entre seus diagnósticos clínicos, já que é uma doença endêmica em nosso país e com diferentes manifestações cutâneas, neurológicas e também uma doença sistêmica em alguns casos.

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